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11.07.2025 Pesquisa clínica

Falta de médicos na pesquisa clínica acende alerta no Reino Unido

Relatório do Conselho de Pesquisa Médica defende ação coordenada para reverter declínio de profissionais médicos atuando com pesquisa científica no país

Relatório do Conselho de Pesquisa Médica do Reino Unido (MRC, na sigla em inglês) alerta para a queda no número de médicos envolvidos com pesquisa clínica e propõe ações para atrair novos profissionais ao setor | Imagem: Louis Reed

O número de médicos, cirurgiões, anestesistas e clínicos gerais especializados em pesquisa clínica está diminuindo no Reino Unido — e a tendência é que o problema se agrave nos próximos anos. A força de trabalho está envelhecendo e não vem sendo renovada em ritmo suficiente.

O alerta consta do relatório Clinical Researchers in the United Kingdom: Reversing the Decline to Improve Population Health and Promote Economic Growth, publicado no fim de janeiro pelo Conselho de Pesquisa Médica (MRC), responsável por coordenar e financiar a pesquisa médica no país.

Segundo o documento, o número de médicos atuando em pesquisa clínica caiu 6% entre 2012 e 2022. O recuo é atribuído a fatores como dívidas estudantis, pressões financeiras sobre profissionais e instituições, incerteza na trajetória de carreira, mudanças demográficas e alterações nos programas de formação.

Impactos para a saúde pública e para a economia

Essa tendência pode trazer impactos relevantes para o sistema público de saúde britânico (NHS) e para a economia do país. A pesquisa clínica é considerada um motor de inovação, capaz de aprimorar estratégias de diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças — e de aumentar a sustentabilidade do NHS.

“Hospitais que investem em pesquisa registram menores taxas de mortalidade”, destaca o relatório.

O Reino Unido tem tradição e reconhecimento internacional na área, e a pesquisa médica contribui de forma direta para o crescimento econômico. Cada libra investida em pesquisa clínica gera um retorno de 25 libras anuais, segundo o relatório. O setor também atrai investimentos de grandes indústrias globais interessadas em instalar centros de pesquisa biomédica no país e fomenta o surgimento de startups e spin-offs em áreas como farmacêutica, ciência de dados e tecnologia.

Medidas urgentes e sem novos custos

De acordo com o MRC, reverter essa tendência não exigiria novos aportes financeiros, mas sim uma resposta urgente e coordenada entre governo e outros atores da área da saúde e ciência.

O relatório propõe 15 ações prioritárias. Entre elas, está a criação de pelo menos 40 novas vagas em pesquisa clínica por ano, durante cinco anos, para recuperar o número de profissionais ativos desde 2012.

Também recomenda a criação de uma estrutura nacional comum de carreira para pesquisadores clínicos, com formação voltada à competição internacional. O percurso de formação, segundo o documento, deve ser mais rápido e flexível.

Outros pontos destacados incluem:

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

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