Combinação de métodos
Novo modelo de testagem implica novos genes em demência e em paralisia supranuclear progressiva
Descobrir as variantes regulatórias e os genes que elas impactam é um dos desafios da neurogenética. Normalmente, investigam-se os genomas de um grande grupo de pessoas para encontrar variantes genéticas que aumentam o risco de Alzheimer. Isso é feito testando marcadores ao longo do cromossomo associados à doença. Cada locus onde se encontram genes pode ter dezenas ou milhares de marcadores genéticos em comum associados à doença, dificultando essa identificação.
Usando um modelo de testagem inovador, que permitiu a triagem em massa de variantes genéticas em um único experimento, pesquisadores identificaram novos genes de risco para a doença de Alzheimer e para um distúrbio cerebral raro e relacionado, a paralisia supranuclear progressiva (PSP), usando uma combinação de métodos de teste. Os resultados foram publicados na revista Science.
Liderado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, o grupo fez uma das primeiras aplicações conhecidas de testes de alto rendimento para estudar doenças neurodegenerativas. Eles fizeram ensaios para testar simultaneamente 5.706 variantes genéticas em 25 loci associados à doença de Alzheimer e nove loci associados à PSP, muito mais rara que o Alzheimer, mas com uma patologia semelhante. Com isso, conseguiram identificar, com alta confiança, 320 variantes genéticas funcionais.
Seus dados forneceram evidências que implicam vários novos genes de risco para a doença de Alzheimer, incluindo C4A, PVRL2 e APOC1, e outros novos genes de risco para PSP (PLEKHM1 e KANSL1). Os autores também conseguiram mostrar, na PSP, pelo menos um mecanismo em que vários loci associados à doença atuaram de forma aditiva para interromper um conjunto central de fatores de transcrição, que ligam e desligam genes e são conhecidos por trabalharem juntos em tipos celulares específicos.
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