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01.08.2023 Transparência

Dois meses para se retratar

Comitê do parlamento britânico recomenda prazo máximo para a retratação de artigos científicos

Em um relatório recentemente publicado, um comitê do parlamento do Reino Unido recomenda que o prazo máximo para revistas científicas corrigirem ou retratarem estudos com erros não deve passar de dois meses. O tempo para que um artigo seja retratado ou corrigido não mudou significativamente nas últimas décadas, podendo levar anos.

A recomendação é uma das 28 orientações do relatório, que trata de questões de reprodutibilidade e integridade da pesquisa científica. De acordo com o documento, as editoras “devem dar suporte a acadêmicos que reportem questões relacionadas a pesquisa publicada em suas revistas e devem se comprometer a publicar a tempo correções e retratações quando necessário – em nossa visão, esse processo não deve tomar mais do que dois meses”, escrevem os autores.

Um crescente grupo de pessoas preocupadas com a integridade científica vêm encontrando “milhares de artigos problemáticos, a maioria ainda a ser corrigida ou retratada”, ressalta o documento. O site Retraction Watch é um dos que se destacam por esse trabalho.

O comitê lembra ainda que a pressão por publicar pesquisas originais e “impressionantes” reduziu o valor de estudos com resultados que chegam às mesmas conclusões de outros já publicados. Por isso, chamam a atenção das editoras para que se comprometam a publicar, sem preconceito, estudos que confirmem outros ou cujos achados terminem não sendo, necessariamente, novos ou “impressionantes”.

Além das recomendações para as editoras, o relatório insta o poder público para o financiamento de estudos de replicação, ou seja, que verifiquem a reprodutibilidade dos que já foram publicados, e de treinamento de pesquisadores, desde a graduação, sobre o assunto.

O documento chama a atenção, ainda, para a inclusão de especialistas em estatística e desenvolvedores de softwares nas equipes de pesquisadores e reforça a necessidade de pesquisas financiadas pelo governo publicarem os dados e códigos em repositórios de acesso aberto.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

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