19.09.2023 Oncologia

A trajetória do câncer

Geneticista da USP recomenda obra que traça linha do tempo a partir do primeiro registro da doença em um papiro egípcio milenar

Lygia da Veiga Pereira*

O QUE RECOMENDO:

O livro O imperador de todos os males: uma biografia do câncer, do médico oncologista indiano Siddhartha Mukherjee.

POR QUE VALE A LEITURA?

Vencedor do prêmio Pulitzer, um dos mais importantes da imprensa mundial, o livro de Siddhartha Mukherjee conta uma história do câncer, desde os primeiros registros no Egito Antigo, do que seria a doença, até a descoberta das bases moleculares de tumores. A obra alterna entre fatos históricos e a rotina médica do autor tratando seus pacientes.

Mukherjee explica de forma clara os aspectos científicos do câncer, lançando luz sobre o processo de descobertas que culminou na compreensão de que se trata de uma doença de nossas células, de nossos genes – e que, portanto, não seriam necessárias cirurgias brutalmente mutiladoras para tratá-la.

O médico ainda descreve a epopeia da indústria do tabaco para esconder o que sabia sobre os efeitos do cigarro na saúde humana.

Como o livro é de 2010 (no Brasil, a versão em português chegou nas livrarias em 2012), ele infelizmente não inclui a revolução atual dos novos tratamentos contra o câncer baseados no uso do sistema imunológico do próprio paciente para combater tumores.

Mas não importa: O imperador de todos os males conta uma história fascinante de evolução da ciência, da medicina e da sociedade como um todo.

REFERÊNCIA:

O imperador de todos os males: uma biografia do câncer (título original em inglês: The emperor of all maladies: a biography), de Siddhartha Mukherjee (Companhia das Letras, 2012).

*Lygia da Veiga Pereira é geneticista e professora titular do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), onde chefia o Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE). Também é membro do Conselho Diretor da Sociedade Internacional de Pesquisas em Células-Tronco.

Os artigos opinativos não refletem necessariamente a visão do Science Arena e do Einstein.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).