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02.06.2023 Imunologia

Imunizantes no horizonte

Vacinas de RNA mensageiro nacionais podem se tornar realidade

Vacinas de RNA mensageiro nacionais podem se tornar realidade | Crédito: Fábio H. Mendes / E6 Imagens

Empresas de biotecnologia e governos estão investindo em novas formas de fabricar imunizantes e mesmo medicamentos de RNA mensageiro (mRNA) com maior velocidade e menor custo. A tecnologia, que possibilitou às empresas Pfizer e BioNTech lançarem a primeira vacina contra o vírus Sars-CoV-2 menos de um ano após o início da pandemia de Covid-19, tem como vantagens um desenvolvimento rápido e por trazer respostas imunes robustas. 

Na África do Sul, uma empresa está reunindo novas tecnologias para garantir que imunizantes e medicamentos sejam produzidos localmente e com custos menores. A Afrigen uniu-se às belgas Univercells e eTheRNA para produzir a primeira vacina africana para a Covid-19. A norte-americana Greenlight Biosciences, por sua vez, deve iniciar em breve, também na África do Sul, testes clínicos de sua vacina de mRNA, que deve custar cerca de US$ 1 por dose – uma fração do preço praticado atualmente (além da Pfizer/BioNTech, a Moderna e a CureVac também utilizam a tecnologia).

A Afrigen lidera ainda um hub de transferência de tecnologia capitaneado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para tornar seu processo de manufatura disponível para outros produtores de vacinas em mais de 15 países. 

Luis Carlos de Souza Ferreira, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), explica que as vacinas de mRNA para Covid-19 mostraram as respostas imunes mais robustas entre todas as disponíveis e têm grande potencial para outras infecções. Mas a tecnologia é protegida por patentes e o desenvolvimento por grupos nacionais é lento. 

“Até três anos atrás não havia nenhum grupo no Brasil que trabalhasse com vacinas de mRNA”, diz o pesquisador, que desenvolve imunizantes usando a tecnologia, como para o vírus influenza. Trabalhos como o dele devem ser acelerados graças ao Centro Nacional de Vacinas, que está sendo construído pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o governo daquele estado e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O objetivo é dominar toda a cadeia de produção tanto dessa quanto de outras tecnologias vacinais.

* É permitida a republicação das reportagens e artigos em meios digitais de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.
O texto não deve ser editado e a autoria deve ser atribuída, incluindo a fonte (Science Arena).

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